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Eu, o meu melhor amigo

Como será possível aceitarmos os outros se não conseguimos aceitarmo-nos a nós mesmos?

Durante o nosso percurso de vida, vamos cruzando com diferentes pessoas. Umas que perduram, outras que por um ou outro motivo vão-se perdendo e outras ainda que acabam por passar “entre os pingos da chuva” e que, provavelmente, no primeiro instante nem temos memórias delas. Como humanos que somos, temos esta tendência natural para a socialização, sendo que o outro e a nossa relação com ele, marca de forma inequívoca a nossa existência. Vamos mantendo também relações de diferentes naturezas, relações de pai/mãe, tio(a), amigo(a), esposo(a), ou até mesmo relações do âmbito profissional. Apesar de diferentes, todas elas vão exercendo sobre nós uma certa influência, podendo em muitas circunstâncias ter um impacto significativo em nós, quer no nosso bem-estar, quer na nossa identidade.

 

É frequente termos de atender a diferentes desafios e a dar respostas efetivas e imediatas a um sem número de acasos, que as diferentes relações nos vão propondo. Atualmente somos convidados a experimentar a empatia. A capacidade de sentir o outro, de aceitar o outro. Calçando os seus sapatos e caminhando com eles, somos instados a uma atitude compreensão e de altruísmo que sabemos que em muito predizem a nossa capacidade de sucesso nas relações que mantemos. No entanto, não deixa de ser curioso que muitas vezes pomos de lado a pessoa com a qual “passamos” mais tempo, toda a nossa vida. Nós próprios. Realmente investimos tanto em relações com os outros, procuramos aceitá-los, compreende-los e muitas das vezes ajudá-los, que nos esquecemos se realmente nos aceitamos a nós, se nos compreendemos a nós e se estamos disponíveis para nos ajudarmo-nos a nós próprios. Na verdade, esta capacidade de conseguirmos ter connosco uma relação empática, será um passo importantíssimo para que consigamos ter também uma melhor relação com o outro.

 

É importante sermos capazes de reconhecer as nossas limitações, os nossos defeitos, ou as nossas imperfeições e aceitá-los. É importante que não deixemos cair os nossos sonhos, as nossas ambições e aquilo que desejamos. É importante que procuremos ter momentos de lazer, que nos tragam bem-estar e de relaxamento. É importante que tiremos tempo para falarmos connosco, para nos ouvirmos e para nos ajudarmos. Como será possível aceitarmos os outros se não conseguimos aceitarmo-nos a nós mesmos? Como será possível ajudar o outro se não conseguimos ajudarmo-nos a nós mesmos. Se realmente as relações são algo importante na sua vida, não se esqueça de investir em si, o seu melhor amigo(a).

 

Dr. José Garrett - Psicólogo e Coach em saúde & bem-estar

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