Lifestyle

Saia fora da sua zona de conforto!

Será o sofrimento um caminho para a infelicidade, ou um mal necessário para a felicidade mais pura e plena?

Frequentemente ouvimos dizer que os grandes campeões não são aqueles que nunca caem, mas sim aqueles que sempre que caem se levantam. E que conseguem transformar derrotas e fracassos em força e vontade, para triunfarem em ocasiões seguintes. Realmente, após pensar um pouco sobre esta ideia, facilmente se compreende que por de trás de grande parte das vitórias que alcançamos estão muitas derrotas, muitas tentativas falhadas e muitos percalços inesperados pelo caminho. 

 

Sabemos que enquanto seres humanos um dos instintos que possuímos é a evitação do sofrimento e busca pelo prazer. Na verdade, parece fazer sentido esta busca contínua por aquilo que é prazeroso e a fuga daquilo que nos cria desconforto e nos faz de certa forma sofrer. Contudo, importa refletir se a anulação do sofrimento e a sobrevalorização de um prazer momentâneo é de facto o caminho que nos leva a uma satisfação pessoal mais plena. Será possível encontrar prazer no sofrimento? Será possível que atinjamos resultados que nem nós mesmo esperávamos sem dificuldade?

 

Realizo esta pequena reflexão para abordar uma competência psicológica chave no sucesso de inúmeros casos que conhecemos: a resiliência. Este conceito tem sofrido algumas modificações ao longo dos anos naquilo que é a sua definição e compreendimento. No entanto, parece relativamente consensual que a resiliência consiste na capacidade de enfrentar obstáculos, conseguir lidar com mudanças e imprevistos e ser capaz de lidar de uma forma positiva e construtiva com os insucessos ou fracassos. Por esse motivo é importante que nos obriguemos, em determinadas situações, a sair fora da nossa zona de conforto, que nos desafiemos perante aquilo que tememos e que não evitemos o sofrimento, contrariando dessa forma aquilo que seria o nosso instinto natural. Provavelmente não conseguiremos ter o corpo que gostaríamos sem passar por algumas restrições alimentares ou por um exercício físico mais intenso.Se analisarmos friamente esta questão o mais provável seria manter aquilo que é a nossa zona de conforto, não alterando a nossa forma de estar. Mas será que a nossa satisfação pessoal seria a mesma se conseguíssemos chegar à forma que ambicionamos? 

 

Não querendo com este artigo exaltar o sofrimento em demasia, resta-me colocar uma questão retórica para a promover a sua reflexão pessoal.Será o sofrimento um caminho para a infelicidade, ou um mal necessário para a felicidade mais pura e plena?

 

Dr. José Garrett

Psicólogo e Coach em Saúde e Bem-estar

Também pode relacionar