Saúde

A Saúde Mental

Não seja um espectador passivo da vida!

“Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças.”, diz-nos a Organização Mundial de Saúde (2018). No entanto, assistimos ainda no nosso país a uma desvalorização do segundo pilar referido na definição acima citada.

 

Não deixa de ser curioso, que atualmente somos expostos a uma forte propaganda, que nos incita a reduzir comportamentos discriminatórios. Apesar de estarmos longe dos objetivos, percebemos que a população se encontra, cada vez mais, sensibilizada para questões fundamentais, tais como os direitos do Homem e da Criança, a igualdade de género, o racismo, a xenofobia, os direitos dos animais ou a consciência ambiental. No entanto, verifica-se que a saúde mental é ainda uma dimensão amplamente desconhecida e frequentemente alvo de estereótipos e preconceitos, que rotulam e descriminam pessoas que se vêm privadas do seu bem-estar psicológico.

 

Muitas das vezes, assistimos a uma desvalorização atroz de estados emocionais que geram um sofrimento profundo, sendo por vezes altamente incapacitantes. A verdade é que, ao longo da vida lidamos com experiências que despertam em nós as mais variadas emoções e sentimentos. Contudo, nunca fomos educados para perceber de que forma podemos lidar com eles, que significado devemos atribuir a determinado sofrimento, ou que estratégias podemos aplicar para reduzir o seu impacto.

 

Cada pessoa é única e irrepetível. Não obstante o fato que a tristeza, a insegurança, a ansiedade ou o medo, nos serem uma realidade comum, que todos sentirmos em algum momento da nossa vida. A forma como lidamos perante tais situações será, tal como nós, única e irrepetível. O nosso trajeto de vida, as nossas experiências, a nossa personalidade as nossas relações estão diretamente relacionadas com a perceção que temos do mundo e por consequente pela forma com que lidamos com os diferentes estados de espírito.

 

Por esse motivo, a psicologia está longe de ser uma ciência que apenas intervém em casos de gravidade extrema, sendo que qualquer pessoa é passível de ser acompanhada. Porque é que uma pessoa que sente ansiedade em público, acabando por fugir desses momentos, é menos válida do que as outras? Porque é que uma pessoa que se encontra numa fase da sua vida, em que é invadida por uma tristeza profunda que não a deixa cumprir com as suas tarefas do dia a dia, será menos importante ou capaz do que as outras? Porque é que alguém, incapaz de ultrapassar o sofrimento provocado por uma relação amorosa que acabou por ter um desfecho negativo, é menos forte do que as outras? De fato, não são. Mas, muitas vezes, a nossa primeira reação é esperar que por si só sejam capazes de ultrapassar todos estes obstáculos. Pois afinal são acontecimentos normais e que todos vivemos. Mas a verdade é que as vivências de tais experiências serão percecionadas de forma diferente por todas as pessoas.

 

Realmente, tal como nos diz a Organização Mundial da Saúde, ter saúde mental, não se trata apenas de não ter doença. Mas sim de se sentir bem psicologicamente e em equilíbrio consigo próprio. Só dessa forma nos poderemos considerar realmente saudáveis e felizes.

 

Dr. José Garrett - Psicólogo e Coach

Também pode relacionar